quarta-feira, 23 de março de 2011

Trichomonas Vaginalis

A Trichomonas Vaginalis é um protozoário eucariótico flagelado de forma globular ou amebóide que é transmitida sexualmente e infecta especificamente o trato genital, possuem quatro flagelos livres anteriores e um quinto incluso na membrana ondulante que se estende ao longo dos dois terços anteriores da célula. Os flagelos movimentam o protozoário com movimentos abruptos.
Possuem mecanismos de adaptação, pois de acordo com a alimentação disponível ou não no ambiente propício para o mesmo, se adapta alterando o seu metabolismo e sobrevivendo com as mínimas condições, dessa. Não possui forma cística.
Seu habitat no homem é a uretra , epidídimo e prepúcio, na maioria das vezes é assintomático. Já na mulher o protozoário se restringe a mucosa
vaginal, causando vários sinais e sintomas.

Biologia

  • Sua reprodução é por divisão binária longitudinal.
  • É um protozoário anaeróbico facultativo.
  • Sobrevive em: pH entre 5 e 7,5 e em temperatura entre 20 e 40°C.
  • Se nutre de maltose, glicose e galactose, que são usadas como fonte de energia.
  • Não possui mitocôndrias nem citocromo, dessa forma não completam o ciclo de krebs.
  • Possui grânulos densos de Hidrogenossomos
  • Tem a capacidade de manter reserva de glicogênio e de sitetizar alguns aminoácidos.
Duas outras espécies de trichomonas colonizam o homem, mas não ocorrem no órgão genital e são elas:
  • Trichomonas Tenax: se encontram nos dentes e no tártaro e não são patogênicas.
  • Pentatrichomonas Hominis: se encontram no intestino e também não é patogênica.
Mecanismo

Ao passar da forma flagelada para amebóide, o parasita desenvolve os pseudópodos que se fixam ao substrato, e consomem o glicogênio da mucosa vaginal, enfraquecendo o tecido epitelial.


Patologia

O T. vaginalis é um dos principais patógenos do trato urogenital humano, e está associado a sérias complicações de saúde, como:

  1. Problemas relacionados com a gravidez – a tricomoníase pode ser a causa de nascimentos prematuros, recém nascidos de baixo peso, endometrite pós-parto, natimortos e morte pré-natal.
  2. Problemas relacionados à fertilidade – o risco de infertilidade é duas vezes maior nas mulheres infectadas, pois a infecção destrói a estrutura tubária e danifica células ciliadas da mucosa tubária, inibindo a passagem de espermatozóides.
  3. Transmissão do HIV – a infecção faz com que o corpo reaja imunizando o local, o que induz a uma grande infiltração de leucócitos, incluindo células alvo do HIV, com as quais ele se liga e ganha acesso. Além disso, o trichomonas vaginalis causa pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo o acesso direto do vírus para a corrente sanguínea.

Sintomas e sinais

O trichomonas vaginalis produz infecção somente no trato urogenital humano. Na mulher, o período de incubação varia de três a vinte dias. A tricomoníase provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais freqüentemente do período pós-menstrual. A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais externos e dor ao urinar. A vagina e a cérvice podem ser edematosas e eritematosas, com erosão e pontos hemorrágicos na parede cervical.

No homem, a tricomoníase é comumente assintomática ou apresenta-se como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. As seguintes complicações são atribuídas a esse organismo: prostatite, balanopostite e cistite. Esse protozoário pode se localizar ainda na bexiga e vesícula seminal.

O diagnóstico é feito pelas características clínicas, visualização direta de trofozoitos, cultura e imunodiagnóstico.

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